Este meio-casco não acabará os seus dias como peça ornamental da sala de jantar, mas vai ser recortado em “postas” como um peixe vulgar de uma grande superfície comercial para se proceder ao desenho das secções transversais do plano geométrico. A lâmina da serra de fita corta o casco no ponto que corresponde ao maior volume de determinada baliza. A paralela da serra garante a precisão do corte e a baixa densidade da madeira de abeto facilita a realização do trabalho.
O casco foi seccionado. Cada baliza apresenta a forma geométrica das seções transversais do navio em toda a sua extensão.
As “postas” servem para desenhar os contornos das secções transversais do barco.
Plastificou-se o desenho das secções verticais do plano geométrico que serve agora de gabarito para desenhar as balizas. Virando o gabarito ao contrário pode-se desenhar a metade da baliza em falta.
O desenho exterior da baliza é dado pelo gabarito, o interior deve ser desenhado tendo em conta o arrepiamento da embarcação. Quanto mais se avança para a proa e para a popa maior deve ser a margem de compensação para futuro desbaste da madeira. A largura final das faces das balizas deverá rondar os 7 a 8 mm. Para garantir esta espessura do cavername, em todas as balizas, quando a ossada estiver completa, as peças mais à vante e mais à ré chegam a ter 20 mm de largura.
Uma baliza é composta por várias peças. A caverna é a peça central que assenta sobre a quilha. Seguem-se, de cada lado desta, os braços e as aposturas. Temos aqui os gabaritos de todas as peças constitutivas das balizas. Estes gabaritos vão servir de molde para desenhar as peças na madeira de bétula.
O desenho das peças na madeira dever ser efectuado tendo em conta a orientação do veio da mesma. Normalmente, os construtores privilegiavam madeiras com uma curvatura natural para produzir as peças do cavername.
Peças constitutivas da baliza antes e após montagem. Cada baliza é composta por dois planos de madeiros com peças embaraçadas a preceito para que os topos não coincidam.
